Manifesta-se, não sabemos porquê. Mas numa epifania íntima e inesperada, sustentamos a essência das coisas.
Porque fico para trás tantas vezes, desatentamente concentrada e outros diriam que tolice, a cor de uma folha será sempre a mesma e os anos seguem-se em fios enleados e estão todos presentes como se fossem um só.
Quando coloco uma carta no marco do correio, não me esqueço de balbuciar o destino da mesma, sendo azul ou não a sua cor e a garantia de chegar tão cedo à localidade que eu escolhi.
Quando coloco uma carta no marco do correio, não me esqueço de balbuciar o destino da mesma, sendo azul ou não a sua cor e a garantia de chegar tão cedo à localidade que eu escolhi.
E se ao segundo dia, de todos os meses de Janeiro, venho para a rua num desejo de ver um boi com quantos cornos tem o ano de dias e fico assim tão aterrada, porque já não há bois na terra onde moro e pergunto como é que eu acreditava em tanto conto, que agora reconto e sei tão bem que no fim do arco-íris há um tesouro feito de asas de besouro e o difícil, está em encontrar o lugar onde qualquer arco termina.
Pano de abóbada, pedra, toque, o que separa o veludo da seda, a seiva, o veio que se faz fibra. Ramifica-se no insecto, tubo alado que o ajuda a voar.
Pano de abóbada, pedra, toque, o que separa o veludo da seda, a seiva, o veio que se faz fibra. Ramifica-se no insecto, tubo alado que o ajuda a voar.
Em mim a veia na escuridão de um traço, papel sentado à espera de uma trama, substância verde, dispersão, concentração. Nervura.
esta é a página primeira do quarto dos dias
foto.folha de mb
25 comentários:
MANUELA BAPTISTA
Nos contornos de uma folha
clara
escura
o tamanho da nervura
Pura
é a folha que se vira
e que dura
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 4 de Janeiro de 2011
Uma primeira página do ano.
Verde, fresca, sedosa e brilhante.
Muitas páginas lindas, assim, este ano,Manuela
Beijo
A leitura, a música...tudo perfeito.
Vou ficar mais um pouco.
Manuela,
A essência das coisas está dentro de nós. E há em si tanta essência!
Beijo :)
Manuela
Belo, como as cores do arco-íris; profundo como os seus limites; vasto, como as nervuras da folha!
Espero voltar, sempre, com a mesma agradável sensação de vida, aqui!
Saudações amigas de um novo seguidor, se me permite!
Manela
A nervura na folha,é a sua coluna vertebral que aguenta todos os sonhos que uma folha possa ter...e estendem-se pelos veios pequeninos da sua palma e...já são um só!
Tão maravilhoso, tão vivo, tocares neste tema no quarto dia do mês de Janeiro....
Fico sempre deslumbrada com o que escreves e virei sempre independentemente do dia e do mês!
Beijo
Graça
Tantas para ler a sina nas linhas do verde…
O rumo das ®aízes a rasgar a terra espera a flor…
...
Mto B ELO Manela beijinhossssssssssssssssssss
Pela nervuras passa a seiva, como o sangue pelas veias e com ele a inspiração algo não estanque, mas muito volátil...
Beijo
Manuela
Ps. Manuela/Marisa a mesma pessoa! Conheces a Marisa, não conheces a Manuela?
Belissima postagem e avassalador o seu blogue.
Parabens
Passei aqui lendo. Vim lhe desejar um Tempo Agradável, Harmonioso e com Sabedoria. Nenhuma pessoa indicou-me ou chamou-me aqui. Gostei do que vi e li. Por isso, estou lhe convidando a visitar o meu blog. Muito Simplório por sinal. Mas, dinâmico e autêntico. E se possivel, seguirmos juntos por eles. Estarei lá, muito grato esperando por você. Se tiveres tuiter, e desejar, é só deixar que agente segue.
Um abraço e fique com DEUS.
http://josemariacostaescreveu.blogspot.com
"...e pergunto como é que eu acreditava em tanto conto..."
e eu pergunto-lhe como seria hoje a Manuela, se não tivesse acreditado em tanto conto?
talvez já tivesse parado de Crescer... talvez!
talvez as distantes estrelas em vão esperariam pelos dedos das suas mãos para lhes ajeitar os doirados caracóis... talvez!
talvez eu aqui não estivesse a tentar perceber as impressões digitais de uma História Interminável... talvez!
talvez até, as nervuras que sustentam a minha imaginação já se tivessem quebrado... talvez!
talvez Manuela... talvez!
um beijo
walter
.________querida Manuela
[...]
eu
que preciso da melancolia
do___________.tra_______ço
viajo no vento
como num afago da brisa
terno.lento...
.com
a palavra.obrigada.no coração
///
beijO_______ternO
A nervura como suporte e centro de apoio a antas ramificações.
Um sonho desenhado em linhas paralelas e nervuras limitadas.
fico para trás todos os dias
chego sempre tarde
o dia já nasceu
a noite vem a trote
e
eu apenas fico...
um belissimo texto, bom ano Manuel e
beij
OLÁ Manela,
Ao sexto dos dias es ©olho o verde da folha e ®e “tiro”-lhe das linhas da vida um pouco de seiva para pintar sementes nos fios brancos esponjosos !n ternos da chila e as manchinhas brancas no verde da pele…
...
em Ti aveia ao sol sempre desde o primeiro dia em que a sementinha furou a terra…
Obrigada
!
M
E
N
S
O
beijinho
Nervuras numa página deste recomeçar. Desejo-te um excelente ano... com palavras assim.
Bjs
Chris
.
. re.conta.se um conto na memória de um ano que passa . na vitória de um outro que começa .
.
. não há pressa . a trama há.de chegar .
.
. e o papel sentado à beira de um ataque de nervos, concentra.se na nervura que o ajudará a voar .
.
. no rasgo do vento perene é a medida do tempo . destinatário in.falível de tantos os lugares onde queremos chegar .
.
. como um ditado . como prece . que por ora acontece .
.
. um .
.
. dois .
.
. três .
.
. íssimos em fibra .
.
. paulo .
.
Manuela,
uma nervura com tanta história que nos prende até ao fim.
... as suas palavras são como oração...mergulhadas em paz!
Um 2011 cheio de magia, de harmonia e de muito amor.
beijinhos
Na nervura, a cor da folha que é essencia, sangue e vida de um conto que se reconta porque lá permanece, no verso e reverso.
E embora distraídos, todas as folhas pousadas à espera, nos contam histórias de fibra que lhes correm nas veias.
São essas histórias que oiço aqui, Manuela, no traço seu que as contorna.
Um enorme beijinho
Olá Manuela
Também acredito em contos....ao mesmo tempo que conto tantos....
Felizes as pessoas que admiram as pequenas nervuras das folhas e seus infinitos caminhos a percorrer!
FELIZ DIA!!!
Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com
Acreditar em contos nos faz criativos, somos como folhas, em branco a espera das nervuras dessa vida, e que ela nos flexione como arcos, ou nos deixe firmes retilíneos, o mais importante é saber cada novo começo, o fim sempre chega não é preciso importar-se com ele...
Abraços mil...
Olá querida amiga
O ano está começando mas nossas memórias continuam, graças a Deus, o que seria de nós sem elas.
O centro é nosso equilíbrio, a substância verde nosso sangue.
E a vida continua.
Vamos em busca da liberdade.
Com muito carinho BJS.
Manuela, inclino-me perante a beleza sublime dos tons e das sensações...
Beijinho
As folhas de papel em branco, estão sempre cheias de nervuras, a princípio são todas invisíveis, depois o desafio é dar-lhes cor e torná-las visíveis e nisso a sua Nervura mostra-nos a cor da esperança em dias melhores.
Que as nervuras pelo seu "Histórias com mar ao fundo" vão ganhando todas as cores do arco-íris, uma a uma.
Abraço
Olá Manuela,
Obrigada pela fantasia, eu ainda gosto de acreditar em contos, são eles que agora tal como na infância nos conduzem ao sonho, nos ensinam os caminhos para a humanização, nos deixam na memória a conclusão de alguns princípios. Que pena que se contem tão pouco. Creio que na maior parte das famílias já não se contam contos às crianças na hora de deitar e noutras, é pena.
Eu, que às vezes inventava contos breves e sem grande jeito, ajoelhada junto à cama dos filhos, imagino que se fossem agora pequenos me deliciaria a adaptar este à sua compreensão infantil, aproveitando para lhes ensinar a linguagem das nervuras, passando-lhes pela mão a textura das folhas.
Vir aqui é também uma forma de quebrar a normalidade dos dias.
Beijos
Branca
Obrigada a todos!
um abraço
manuela
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