largou a terra
num saco pequeno a vontade de água a âncora o cordame
as balsas e o mar
do lado direito do peito gritaram as aves marinhas
e do esquerdo os lobos a uivar
no terceiro lado não sabe quem está ou não está
o medo de atravessar
doce é ouvir as vozes que lhe dizem a deuses te entregas
deixa-te ir à bolina barlavento é o vento que te seduz
os dedos crispados a garganta seca
sede têm as anémonas e os corais em dias de tempestade
enroscados são os cabelos das crianças antes de aprenderem
as vogais e as consoantes
trepam às árvores vagueiam pelas florestas descem às grutas crescem
curiosa a eternidade das infâncias ternas
ondear balança o tempo das saudades
e as proas dos navios são bicos de pássaro famintos de outro lugar
e as proas dos navios são bicos de pássaro famintos de outro lugar
"vaguear" fotos de mb
25 comentários:
.______querida Manuela
.nas asas duma gaivota
num qualquer voo solitário
pedaços vivos
trazidos na maré alta.da.memória
que se espraiam.na.areia
re.visitando
os castelos que ali moram...
...
é sempre tão lindo aqui chegar...
___________///
beijO______ternO
MANUELA BAPTISTA
... e as proas dos navios são bicos de pássaro sequioso de nadar
hm ...!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 19 de Fevreiro de 2011
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. a.penas e só .
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. fora . nada .
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. es.culpe.se agora a sede do infinito .
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. íssimo . total .
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belíssimas palavras a desenharem uma doce fantasia...
Encantada...
Beijinhos, Manuela
"... as proas dos navios são bicos de pássaro famintos de outro lugar"
Manuela, o seu poema é "apenas" excelente. Parabéns pelo talento que ele revela.
Querida amiga, bom resto de Domingo e boa semana.
Beijos.
vagueio por aqui
perdido de mim quantas vezes...
as vozes chamam-me a todo o momento, são vozes líquidas e cristalinas, que me entram pelos olhos e dançam dançam dançam...
gota a gota, começo a lembrar-me de mim, e o medo que era grito afogado na garganta solta-se e ganha asas de gaivota... a dança alastra fora de órbitas e grita grita grita...
os barcos estremeceram, os deuses enlouqueceram e o mar ficou tão pequenino que os vastos e gigantescos jardins de anémonas crescem agora na água salgada dos meus olhos...
,,,
um beijo, Manuela
Walter
Querida Manuela
Há dias assim em que nos apetece largar tudo e fazermo-nos ao largo, galgando as ondas com as proas dos navios " transformadas em bicos de pássaro famintos de outro lugar"...
Na bagagem...apenas as saudades!!
beijo
Graça
Manuela
Ah que vontade que dá... pegar uma balsa e ir ao mar... brincar com os pássaros e fingir voar...
Pelo menos aqui, eu posso!
Um beijo e uma semana maravilhosa!!!
Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com
Boa noite, Manuela
Achei este poema excelente.
Faz-nos ir à bolina nas asas do sonho, vogando no mar azul.
Muito obrigada pelos parabéns à minha «CASA».
Volte sempre.
Noite feliz e boa semana.
Beijinhos
Fui por aí e senti-me vaguear no meio da neblina ...e, entre sons díspares que me confundiam... encontrei-me para me perder nas fotos maravilhosas.
Parabéns amiga Manuela.
Beijo
Ná
Manuela,
Este é um daqueles seus poemas, em que primeiro fico muda...só sinto...sinto...sei tudo que lá está, mas nem me atrevo a comentá-lo, porque não diria nada que justificasse a beleza do momento que quero viver em silêncio..., porque em silêncio sinto que nos entendemos.
"ondear balança o tempo das saudades
e as proas dos navios são bicos de pássaro famintos de outro lugar"
E deixo aqui um coraçao que não sei
desenhar, mas sei que o vê...
Beijos
Branca
Manuela, já li e reli e voltei a ler, este texto. E, tal como
"enroscados são os cabelos das crianças antes de aprenderem
as vogais e as consoantes"
assim, eu, a cada leitura, me quedo no espanto mágico de imaginar ouvi-lo dito a ouvidos petizes, como um canto,
e os cabelos,
a imaginação,
o sonho,
todos juntos, uníssonos, imagino-os,
"trepam às árvores vagueiam pelas florestas descem às grutas crescem..."
Bem-haja, Manuela. Tão bela a sua escrita... Beijo e gratidão.
Mel
À bolina largaste as tuas velas para voltares à infância mais terna. E na proa dos navios enroscaste os teus cabelos de menina cheia de inocência.
Um poema muito belo!
Um grande beijo, Manuela.
E eu Manuela, neste vaguear,
enrosco o cabelo para voltar a ser criança, tanto é o que aqui aprendo sobre vogais e consoantes, à boleia de um cordão de àgua, fluído, nesta nascente tão sua.
Simplesmente, obrigada!
Um beijinho
Olá!
Passando para conhecer e seguindo!
Abs,
Daniele Barizon
www.neointerativo.com
Olá querida amiga
Depois de ler, alguns pensamentos tenho.
Pensamentos “Perguntei pro tempo por quanto tempo ficaria sozinha e ele respondeu: -Você nunca estará sozinha, porque sempre estou contigo... Perguntei pra vida pra que continuar,e ela respondeu: -Tu ainda não chegastes ao final... Perguntei a felicidade por que nunca estava comigo e ela respondeu: -Ainda estou a sua procura... Perguntei ao sonho, por que me faz sonhar e ele me respondeu: -Sem mim nenhum ser teria paciência de esperar, porque a fé e a esperança andam juntas e são eternas companheiras de todos nós...”
Com muito carinho BJS.
Manuela, o seu poema avança em crescendo conduzindo-nos placidamente à apoteose do seu final.
E porque se sente o balanço...
Saudades!
e já me bastavam os pássaros
na proa dos navios
a rasgarem destinos
que só existem
nas nossas mãos
nas suas
Muito bom o seu texto
"ondear balança o tempo das saudades
e as proas dos navios são bicos de pássaro famintos de outro lugar"
o mar imenso e tão perto
de saber ser este um tempo certo...
tão certo.
Lindo Manuela.
E as fotografias maravilhosas.
Que bom foi hoje falar-lhe...:-))
Um abraço de muita ternura, amiga.
dulce
Manuela, doce é tb navegar em seu poema.bjs
doce é vaguear convosco!
manuela
largar as amarras
soldar este brado!
e navegar sem rota
sem bussola e sem norte
navegar
nas vagas da imaginação.
tão belo Manuela.....
boa semana!
beijo grande
Piedade
navegue também...
obrigada
um beijo
manuela
Por aqui me perco e fico a saborear a candura das palavras na frescura e cântico das águas.
Hoje ouvi rãs, muitas... a coachar.
Beijo Manuela
Ná
obrigada Ná!
um beijo
manuela
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