em seda solta

-
ainda a noite era escura
a lua distante e fria
o tambor calado estava
na madrugada acanhada
o medo não compra a sorte
de sermos nós a escolher
a querer o que fazer
a dizer estamos aqui
.
a mim não me deram nada
nem um pedaço de pão
as papoilas encarnadas
nasceram na minha mão
como os cravos desgarrados
em espingardas cor de rosa
já cansado o pensamento
de ser livre como o vento
.
se eu fosse um barco sozinho
num mar de tanta gente
afundava o coração
em alecrim e jasmim
depois escrevia um grito
a cortar a escuridão
.
a suster no peito inchado
o bater do coração
a alegria de lançar
um papagaio de seda
e cantar sempre baixinho
a letra desta canção
-
pela memória da História feita das nossas histórias
-
-
pintura de Susana
óleo sobre tela
-
Manuela Baptista
nesta noite de Abril
depois de tanta noite em Abril

31 comentários:

Jaime Latino Ferreira disse...

MANUELA BAPTISTA


Baixinho murmuro-te que valeu a pena e mesmo se a seda assim solta nos canta ao vento tão bem e baixinho


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 24 de Abril de 2010

Branca disse...

Também digo como o Jaime, valeu a pena e já esta madrugada me emocionei várias vezes. Porque me estou a emocionr mais este ano ou tanto como nos primeiros anos depois de 74, não sei bem...
Costumo emocionar-me quando se ganha e quando se perde, porventura estamos numa fase de se perder, mas apesar de tudo construiu-se uma democracia, com todos os seus defeitos, a liberdade também permite que muitos se aproveitem mal dela, mas como diz o comunicado deste ano dos Capitães de Abril, ainda não se descobriu um sistema melhor.
Também é preciso que não nos acomodemos em honra daqueles que sofreram e perderam a vida pelo futuro. E asim se faz História, com belos versos da Manuela poeta e da pintora Susana.
E nascerão sempre cravos e papoilas nos campos e alecrim e jasmim (adoro o cheiro de jasmim) e o que de mais belo nos fica é o pensdamento livre como o vento...
Obrigada Manuela por este momento.
Beijinhos de boa noite.
Branca

Anónimo disse...

Os Rasteirinhos unidos
Jamais serão vencidos

Eu sou verde tenho corpanzil
E aqui estou a celebrar Abril

Grande e de pele boa e morena
Eu Sou lindo e valho a pena

E sou também o que está a dar
É o que diz a brancamar

A mim não há quem resista
Quem o diz é a Manuela Baptista

O Jaime acha-me um gabiru
E até me trata por tu

O do Intemporal até mete dó
É mesmo um... um... tornedó!

Um beijinho de quem, de quem?

D`O Rasteirinho, pois claro.

manuela baptista disse...

e assim de uma só rasteirada

meto

o Jaime
a Branca
e o Croc

todos no mesmo saco

que vai ficar todo lambuzado com os beijinhos do quadrúpede que lá nisso é generoso, embora seja uma desgraça em palavras de ordem...

seja, porque já as esqueceu????????

ou porque nunca as gritou???

sei lá!

então aqui vai:

.nem mais um só(pausa) lagarto para o charco

.os lagartos são filhos das lagartas (pausa)

.25 lagartos sempre!

.força força companheiro croc

.uma lagarta voava voava

.lagartos fora de Portugal, independência lagartal

.os lagartos têm pés de barro

quem é que consegue ser mais chatinha do que o Rasteirinho, quem?

EU!!!

e agora vou arranjar um avatar secreto

tão secreto, que nem eu saiba qual é!!!

soltando as sedas para o Jaime

dizendo à Branca que deve estar cheia de olheiras com esta noite de Abrilada, pois já a encontrei a treshoras (?)em vários sítios

e ao Croc, que tome mas é cuidado com os tornedós que são mais espertos que os tótós...

Festas Felizes!

Manuela

Jaime Latino Ferreira disse...

Rasteiro
lampeiro
sai do meu poleiro!!!


E esta, hem!?


Jaime Latino Ferreira
Estoril, 25 de Abril de 2010

Branca disse...

Hihihi!

É verdade Manuela, acompanhei a madrugada mais que em 1974, mas isso deve ter sido porque dormi a sesta e hoje também dormi que me fartei e ja fui ver o mar e depois disso tudo estou por aqui divertidíssima com as suas palavras de ordem. Se eu a tinha descoberto antes fazíamos as duas uma manifestação, porque as outras palavras de ordem andam muito gastas, muito acomodadas...

Agora vou ali a um amigo, que me deixou tão, mas tão perplexa e ao mesmo tempo encantada, que ainda não encontrei palavras para lhe dizer...
Até logo.
Beijinhos
Branca

manuela baptista disse...

Branca Perplexa

mas encantada

uma manif?

mas para quê? se nós já fazemos tanto barulho!

olhe lá para esta página...

beijinhos

Manuela

Graça Pereira disse...

Em seda solta, se desenrolou Abril e no silêncio da madrugada...os cravos floriram...Lindo o teu poema, sabe a orvalho e cheira a liberdade.
Beijo
Graça

manuela baptista disse...

Graça Pereira

e nem sabes como o olfato é para mim, um tão importante sentido!

eu cheiro tudo, as manhãs, a noite, a chuva, as laranjas, o pão...

o orvalho também!

beijos

Manuela

Cândida Ribeiro disse...

Manuela,

Um poema lindo que cheira a liberdade e a papoilas vermelhas.

Abril sempre!


Mil beijinhos

alegria de viver disse...

Olá querida
Belos tempos, Abril, eu morava no nosso Portugal e comemorava a liberdade.
Alecrim minha planta preferida.
LINDO. Tudo que escreve é muito sutil.
Com muito carinho BJS.

Silenciosamente ouvindo... disse...

Manuela desculpe tão pouco aqui
vir ultimamente, mas aminha vida
está a atravessar"momentos menos
bons" mas vão passar...acredito
que sim, e tenho muitos seguidores,
vou a uns, falho com outros.Tenciono ir percorrendo
todos, vai demorar.Mas quero
faze-lo. A certeza da minha estima
e amizade por si.
O seu blogue é sempre fascinante
e suavizante.
Beijo/Irene Alves

Unknown disse...

Em livre e voo raso,

atiro-lhe um cravo encarnado,

com cheiro de mar...


até já...!

beijos

Walter

Dulce AC disse...

"a suster no peito inchado
o bater do coração
a alegria de lançar
um papagaio de seda
e cantar sempre baixinho
a letra desta canção"

e cantar sempre baixinho
esta melodia que já é
o bater do nosso coração
alegria de seda
de brisa de vento
nosso melhor alento

Muito bonito..(Olá Manuela..!!)

Abracinho de toque de seda
tão suave de muita ternura
(são os meus abracinhos preferidos e se-lo-ão sempre)
dulce ac

Por toda minha Vida disse...

Bom dia, Manu(ela)

Só conheço uma Manuela e ela é bondosa, doadora de tempo, lê pacientemente minhas histórias que nem eu sei se são boas, mas minha amiga Manu me encoraja.
São de pessoas assim que o mundo precisa que se despem dos prencoceitos e sapiências se doar não é sacrifício é prazer. Porém poucos tem este Dom.

Beijos minha querida e que nossa amizade perdure.

Renata

manuela baptista disse...

Canduxa

...e também cheiro a liberdade, mesmo!

beijinhos


Manuela

manuela baptista disse...

Rufina

então, onde é que eu a encontrei em Abril? :))

um beijo, com um cheirinho de alecrim

Manuela

manuela baptista disse...

Irene

obrigada pelas palavras!

não se preocupe com as visitas assiduas, porque quando vem...já cá está!

Esperando que tudo melhore

um beijo

Manuela

manuela baptista disse...

Walter

olá, pássaro!

não resistiu a um cravo (papoila...) encarnado...

inspire-me bem esse mar!

e que o seu até já, seja longo para si e breve para mim

beijos

Manuela

manuela baptista disse...

Dulce

eu também gosto de suavidade

mas agora para a assustar, dou-lhe um abraço apertado que a faça abanar!

Manuela

Dulce AC disse...

...

e eu Manuela (Olá de novo...)
digo-Lhe Obrigada..!
Por esse mesmo abraço que me fez..."acordar" para um melhor dia..!

Beijinhos de abracinho "apertão"
do coração..

dulce ac

manuela baptista disse...

Renata

bonitas as suas palavras!

Mas quem dá, recebe a triplicar

e mesmo quando não existe retorno, ficamos sempre mais ricos.

e ter uma amiga assim é uma dádiva!

beijos

Manu(ela) :))

manuela baptista disse...

Dulce

acordar na tarde

é bem melhor do que acordar tarde!

beijinhos

Manuela

sideny disse...

Ola Manuela

Venho/lhe desejar uma boa semana.

A tela e muito bonita.

beijinhos

guvidu disse...

gostei do poema e achei interessante o blog. voltarei , numa outra maré ;)

Catiaho Reflexod'Alma disse...

Linda semana!
Bjins entre sonhos e delírios

"Mas o abraço era tão apertado,
tão apertado
que os corpos eram quase mais que colados.
Poderia dizer que eram um só.(...)"

. intemporal . disse...

.

. manuela,,, .

. este Seu poema soube.me a uma viagem, pequena sendo grande e enorme .

. de Camões a Pessoa .

.

. porque quem escreve assim não escreve à toa .

.

. !!! bel.íssimo .

.

. aplaudo.A de pé . e tiro o meu chapéu .

.

. um beijo íssimo de total . sempre .

.

. paulo .

.

manuela baptista disse...

Sideny

que nunca se esquece e desejar boa semana!

é por isso que têm sido boas, as minhas semanas1

beijinhos

Manuela

manuela baptista disse...

búzio

e traga conchas de muitas cores!

um abraço e obrigada

Manuela

manuela baptista disse...

Reflexo d'alma

tão apertado
refectido
único

um abraço

Manuela

manuela baptista disse...

paulo,,,

o chapéu que tirou

apanhei-o a voar, pelo ar!

tinha lá dentro a essência de uma viagem
embrulhada em penas de andorinha

agora procuro-a
para lhe falar de voos.

um beijo
sempríssimo (!)

Manuela