E naquele filamento de luz e
água ficámos frente a frente, o peixe e eu. Esqueço todos os outros, disse-lhe.
O peixe-aranha e a sua picada dolorida, traiçoeira, matreira. O peixe-palhaço
que me faz rir, o peixe-sapo-peludo que me assusta a madrugada, o peixe-espada
que me livra do mal, o peixe-martelo que me constrói o teto, o
alpendre, a janela, a casa. O peixe-balão que me leva pelo ar nos dias em que o vento
assobia. O peixe-agulha que me cose a bainha do vestido encarnado, o peixe-lua
que me deixa aluada. O peixe-anjo-de-anel-azul que a cada noite pergunta,
acreditas, ou não? Ou sim, peixe magro a serpentear calado à tona da água.
até ao equinócio
desejo-vos um feliz verão!
5 comentários:
MANUELA BAPTISTA
Até ao equinócio, quiçá, quando chegar o Verão.
Sejamos felizes quer seja Verão ou Inverno, no equinócio, trabalho ou simples ócio!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 20 de Julho de 2018
Um feliz verão!
E volte sempre com estas suas pequenas crónicas plenas de poesia, que adoro.
maria
Tenho a certeza que os peixes trocam segredos contigo, Manuela…
Um verão feliz para ti também-
Um beijo.
Estava a tua história a ir tão bem
Quando se ouviu a voz de alguém
"sigam o cherne" e a caldeirada (re)começou
que os peixes te acompanhem sempre Manuela....até o próximo equinócio....
Beijinho grande <º(((<
Bia
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