Saiu da casca, sussurraram os escaravelhos e os gafanhotos,
simulando indiferença. Ela não os ouviu. Esticou as pernas, desenrolou as asas,
agitou-as, saudou o sol nascente e voou. A primavera ficou mais leve um grama e
o tempo aqueceu.
A flor, alheada da Páscoa, o pé bem assente na terra e a
cabeça no ar, encantou-se com aquele ser alado, amarelo veludo de manhã,
vermelho escuro ao entardecer. E a borboleta pousava na flor e era como se
voassem com o vento forte a polinizar cometas, planetas estranhos e estrelas candentes.
A vida é um sopro breve em busca da luz.
Três actos
Ópera Imaginária
Ópera Imaginária
6 comentários:
MANUELA BAPTISTA
a vida poliniza e ao polinizar brilha
que fértil pólen o teu
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 7 de Abril de 2017
Ando tão desasado
que nem me ocorre
que haja borboletas
primavera, pólen
obrigado
por me teres lembrado
À procura da luz, esse sopro breve que é a vida, antecipa a periferia do verão para que as sombras se alonguem, tornando mais belos os movimentos das borboletas quando voam...
Tão belos o que escreves e o que desenhas, Manuela.
Uma boa semana, minha Amiga.
Um beijo.
.
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. um sopro que não nos sai da cabeça enquanto somos um sopro . também .
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. um imenso beijinho .
.
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la luz es el faro que guia toda belleza natural sea la forma que ella tome , desde mi blog de Horas Rotas saludos y un placer leerte.
Butterfly, fly, fly!
"A primavera ficou mais leve";
"O vento forte a polinizar cometas"...
"A vida é um sopro breve em busca de luz".
Difícil é saber em que ponto vai o voo. Metamorfoseando no voo vou.
Bj.
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