Breve, como o tempo das castanhas. Apenas para dizer que
as folhas se avermelharam nos ramos e que a trepadeira virada a norte finalmente
se despiu e teve um arrepio de frio esta noite. A rã já não mora no tanque,
ignoramos se hibernou, feneceu ou iniciou o caminho de volta. Girino, ovo,
embrião, água de charco. Os melros calam-se mais cedo, mas continuam negros
de fumo e afoitos, sem medo de nada. Os gaios abalaram e abalaria eu também não
fora a incerteza do destino ou o desapontamento da chegada.
A perna-verde é tão somente para ilustrar, que é sempre
bom ter um pé na água e outro no ar e que o musgo cobrirá em breve as pedras da
serra.
8 comentários:
MANUELA BAPTISTA
e é sempre bom ler-te, de fio a pavio, com pé na água ou no ar
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 12 de Novembro de 2016
Gosto de rãs e da metamorfose
quem dera que dos girinos nascessem homens-não-sapos
com saltos na água
alternados com outros na terra
para quebrar a monotonia
de estar
sempre no mesmo lugar
ah e não partas
todas as metamorfoses se fazem aqui
A lembrar que é outono: o tempo em que a vida se confunde com a coragem...
Gosto dos melros e das rãs e das árvores despidas afoitas ao vento...
Maravilhoso o que escreves, Manuela!
Uma boa semana.
Um beijo.
Um Outono sobremaneira atípico.
A atmosfera limpa torna as noites muito frias...
Um texto breve, mas gracioso...
Um abraço, Manuela.
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Olá, Manuela
Não sei por que não, não falas da Lua, mas, tirando isso, tudo confere com o enquadramento temporal iminente em que o movimento da terra abranda. Ou somos nós que, em abstinência de sal, nos vemos abrandar pelas árvores enregeladas de braços erguidos, em prece celestial,
Escreves, bordas sempre palavras num lençol de poesia.
Confesso que a Lua me inquieta o sono, mas sendo dia gosto de ser assolado pelos raios do sol. Vou aproveitá-lo amanhã, antes que acabe.
Uma folha dourada-vermelha para tí, que gosto muito das tuas paisagens.
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. os melros d.aqui são tão diferentes . medricas e esvoaçantes . assim que me sentem passar às seis da matina . ou antes até . rumam num ápice visando os arbustos mais rasteirinhos à beira tejo . :) .
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. manuela . o que escreves é tão bonito . tão maravilhoso . tão empolgante . tão . tão . tão . :) . olha . se enviasses os teus escritos para uma editora que eu cá sei . decerto que se sentiriam diminuídos e não competentes para os publicar . :) .
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. íssimo feliz .
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por mais estranho que pareça, há escritores que não editam livros
eu edito aqui e tem som, tem fundo, superfície e profundidade, às vezes até tem asas de melro, afoito ou tímido na madrugada
é assim, Intemporal :)
uma maneira sublime e graciosa de se escrever "outono" ...
gostei
bom fim de semana.
beijo
:)
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