Escrevo-te duas linhas apenas, entre um livro e o feijão
de debulhar. Sentávamo-nos no chão sobre uma manta às riscas e jogávamos à
bisca e ao loto. As apostas eram feitas a feijão manteiga, catarino e encarnado,
porque é feio apostar. Aposto que chego primeiro, aposto que te dou uma amona,
aposto que vais cair, aposto que vamos ganhar. Inocente e amistoso este tempo
de julho. O gelo a derreter nos copos de limonada e os cubos de melancia na
taça de barro e os dedos a escorrer o vermelho vivo do sumo. O mundo parava e
nem os pés cresciam nas sandálias. Basta uma linha, duas são demais.
magnólia vulcano
13 comentários:
MANUELA BAPTISTA
... basta uma linha, duas são demais ...
Dez são vendavais e que venham mais!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 8 de Julho de 2016
Também costumava apostar que ia ganhar o jogo, fosse qual fosse - de voley de rua, de peteca, de corrida, de esconde esconde...bons tempos...
Grande beijinho Manuela
Bia <°(((<
Aposto que vão colher as primeiras amoras do verão. Aposto que é indelével essa linha que escreves. Porque basta...
Sempre uma beleza, Manuela.
Um beijo e bom fim de semana.
Que beleza, Manuela. Brincadeiras a recordar as crianças que fomos e, porque não, ainda somos. Ainda dou amonas aos meus netos.Gostei. MUITO!
~~~
Doces e encantadoras recordações
de mentes e corações verdadeiramente desocupados.
Precisamos agarrar bem o verão, com limonadas e melancia...
Beijinhos, Manuela.
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Porque jogo assim com o neto
cumpro o que prometo
se prometeste duas linhas
deves-me uma
ou então pagas-me a feijões
.
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. mesmo com duas linhas apenas . a Poética Editora . (.daquela tonta nortenha com voz de corneta da loja dos trezentos.) . publica . desde que a nelita largue os Euritos para dar de comer aquela gente .
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. :) .
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. lindíssimo . como sempre . com destaque também para as cores utilizadas nos desenhos .
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. íssimo feliz .
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Por onde anda a Jacintinha, essa magnólia fannée?...
foi à terra
Eu sei que sentem a minha falta, mas ser entrevada é mesmo isso, é não ir onde queríamos, mas onde nos levam,
chegou o verão, as irmãs amarelas da segurança social querem é praia, e a enjeitada que já pouco via sol vivia agora na sombra,
veio a inspeção e deram ordem de soltura, praia, sim, mas levam a aleijada convosco, só em Portugal é que levam as beatas da banhos, espero que não façam o mesmo à mãozinha seca da Santa Isabel, apanha uma pinga de água e fica cheia de bolor,
eu não,
carcavelos tem um céu tão lindo, quando me põem uma pedra a fazer de almofada, até consigo ver as ondas, quer dizer, se não me passar uma cortina de catinga à frente...
... e passa,
passo os dias esticada em cima de uma rocha, a única coisa que fazem é puxar-me as saias para cima, dizem que não querem que eu tenha uma passarinha albina, pudesse eu sentir qualquer coisa, ao fim de oito horas em que elas se rebolam na areia com os excessos populacionais do bairro padre cruz, estou eu que pareço um torresmo, umas peles ressequidas, em cima das lajes, queriam ver-me a temperatura no outro dia, dizem que eu sou um retrato do aquecimento global, em 1917, um santa ao sol era um pouco mais fria, uma coisa é certa, etrmómetros na boca, não, já basta o que bastas, também tenho de respirar, estava eu a pensar como a santa teresinha de ávila,
jacinta,
tu assim tão mirrada, pelo menos, não vais ao suplício, que eles gostam é de tronchas gordas, com pele de laranja, qual quê, com esta moda da dieta e de comerem fruta de pacote ressequida, pensam que sou alguma noz moscada, saio dali toda arranhada das areias, saltamm para cima de mim de qualquer forma, graças a deus estou bronzeada, é o que dizem, para ser beata completa e viver na felicidade só me faltava receber uma visitação do professor marcelo,
também cá passará, já foi a tanto lado,
pudesse eu senti-lo...
Bem hajam
Vir aqui é mergulhar na beleza pura!
Beijos, Manuela :)
MANUELA BAPTISTA
Entre as mais bonitas das canções, esta :)
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 22 de Julho de 2016
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