acrescentando um segundo a cada anoitecer ficamos sem saber
se anoitecemos nós serenos nas árvores que habitam as margens dos rios
num engano feliz crescem nos quintais e nas esquinas dos muros
sustentando arquitecturas desfocadas de contos de fadas desfasadas
de videntes mentirosas mal amadas de invejosas sortes e más mortes
se anoitecemos nós serenos nas árvores que habitam as margens dos rios
num engano feliz crescem nos quintais e nas esquinas dos muros
sustentando arquitecturas desfocadas de contos de fadas desfasadas
de videntes mentirosas mal amadas de invejosas sortes e más mortes
-
dependurados ramos flexíveis ondulantes bailadores de ventos mornos e já distantes
quando ninguém vê deslizam pelas chaminés recados
que apenas o tempo lê em cada pedra solta desgarrados
quando ninguém vê deslizam pelas chaminés recados
que apenas o tempo lê em cada pedra solta desgarrados
-
dos estrídulos grilos que nos adormeceram as noites de verão sabemos nada
e perguntamos onde estão
assim tão frio que um cantar distante se perdeu
e num engano vão
silenciaram os figos lampos e as latadas
-
na quietude terna que se instalou depois
sentimos na ausência de cada asa o impulso imenso de um regresso a casa
enrolados em macios de algodão
sentimos na ausência de cada asa o impulso imenso de um regresso a casa
enrolados em macios de algodão
"noites" de mb
36 comentários:
No rebuscar dos sentidos, na amálgama dos significados recolhidos no debruçar das coisas, o regresso a casa é reconforto profundo. Até à próxima partida...
Beijo :)
Gosto de passar, ler e meditar.
Um abraço.
"na quietude terna que se instalou depois
sentimos na ausência de cada asa o impulso imenso de um regresso a casa"
sentimos e queremos ficar por mais tempo...
era bom se ficássemos mais tempo no aconchego dos que nos querem muito...
adorei a foto desta sua noite Manuela
ao passar agora por aqui
num abracinho grande e amigo muitos beijinhos
dulce
MANUELA BAPTISTA
E lá se foi o nosso grilo
que de tanto grilar enfim perdeu
alada voz que acordada adormeceu
Terá sido do frio ou da enchada
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 28 de Setembro de 2010
Acrescentando um post a cada leitura minha, fico a saber a certeza feliz da arquitectura poética deste excelente texto.
Manuela, saio daqui abismado com o teu cantar, não de grilo, mas de poetisa/escritora feita.
Um beijo.
AC
até!
um beijo
manuela
Benó
de um jardim florido!
beijinhos e obrigada por ler e passar por aqui
manuela
Dulce AC
passando pode ficar...
quem não ficou, foi o grilo!
vítima dos objectos ruidosos e cortantes do jardineiro...
ontem, após um corte de relva
não mais o ouvi cantar
há coisas tão pouco aconchegantes para os grilídeos
beijinhos
manuela
Jaime
talvez tenha sido o frio :(
manuela
Ai,que lua linda!
Perfeita para ler contos assim
e para sentir saudade dos amigos de lá
que estão bem cá
no coração...
...
Dulce,
Ainda estou abraçando meus filhotes,Gaby completou 20 anos ontem!
Ai, que o tempo passa depressa!
Beijinhos aos amigos
:))
Linda Simões
Nilson
obrigada pelo seu abismado falar!
um beijo
manuela
E sem asa
Se regressa, às vezes, a casa
Em pézinhos de lã
Não vá o grilo acordar a noite
que procura serenar mesmo à beira de um rio.
E eu aqui, Manuela, a embalar-me na sua escrita.
Um beijinho de grande admiração.
Linda
e uma Gaby mais linda do que a lua
e eu não sabia que era dia de festa!
beijinhos à mãe e à filha
manuela
Maria João
em pézinhos de lã
ou de algodão
embalo-me eu na outra asa
e agradeço a admiração
beijinhos
manuela
Manuela,
Cheguei cá com uma lua maravilhosa e tanto que gostei deste sentir, sobretudo da genial doçura do regresso a casa, depois do muito que deixou dito pelo caminho...e que acho que entendi em sintonia com um sentir que uma noite de lua cheia nos traz.
Beijos
Branca
Ai, como me apeteceu regressar à infância e gostar de ouvir os grilos, de comer os figos lampos e acreditar nos contos de fada...
Um excelente texto, Manuela.
Um grande beijo.
Branca
do entendimento
e nestas noites de lua, os contos podem-se ler de cima para baixo
de baixo para cima
ou de pernas para o ar!
todos os caminhos são bem aceites
beijinhos
manuela
Graça Pires
e eu pensava, que ainda acreditava nos contos de fada...pelo menos nos meus
obrigada!
um beijo
manuela
Manuela,
Que lua linda!!!
Belo poema em um dia tão frio como hoje...aquece a alma...
Beijos,
Bia
www.biaviagemambiental.blogspot.com
Beatriz
se aí está frio
leve daqui um Outono morno para enfeitar uma noite de lua
beijinhos
manuela
Manuela
venho muito muito devagarinho...
descalço atravesso o quintal, quase flutuo... não quero perturbar o aconchego dos habitantes dos escuros muros, dos arvoredos dançantes, dos buracos sem fundo onde se afunda o cantar do grilo nas noites frias e de luar...
será o frio silenciador dos mundos que habitam as negras sombras da noite?
Manuela,
o grilo apenas estava com frio...
e eu também estou!
preciso do aconchego de uma lareira... a sua já está acesa? posso?
parabéns!
um belo conto anoitecido com clareza d'alma
um beijo
Walter
Walter
dentro da nossa cabeça
a lareira está permanentemente acesa...
"será o frio silenciador dos mundos que habitam as negras sombras da noite?"
eu acho que não,
falam apenas mais baixiiiiiiiiinho!
e nós ouvimos,
um beijo
manuela
Manu.
Passando para desejar boa noite e me deparo com tão bela lua e um grillo sem mais poder cantar, muito me orgulha ter a ti e Jaime como amigos desta virtual realidade.
Renata
Olá querida amiga
Então desta vez não temos um belo desenho!
Está um pouco escuro por aqui, apesar da lua, precisamos dar espaço para todos os momentos. Agora vem chegando a linda estação Outonal, vamos viver com a suavidade das fadas flores.
Ler este belo conto e sonhar com o calor da lareira, é para mim um bem estar.
Linda amiga com muito carinho BJS.
Que bonita a forma como nos descreve as noites. Num bailete de nuances que nos leva ao anseio de um regresso a casa.
Gostei muito!
Beijos, Manuela
MariaIvone
Rufina
pois é!
os desenhos ficaram muito escuros...
beijinhos
manuela
Rê!
desta virtual realidade
envio-te um beijinho!
manuela
Maria Ivone
obrigada pela companhia
do bailete...
um beijo
manuela
.
. e nós,,, nós vamos rindo.cantando sobre os recados com rugas .
.
. que mais não são do que fugas à permanência im.permanente "de videntes mentirosas mal amadas de invejosas sortes e más mortes" .
.
.
. porque lerdos não somos . e há muito que juntamos os pedaços do pão que o diabo amassou .
.
. por ora servido em fin.íssima porcelana .
.
.
. um .
.
. dois .
.
. três .
.
. íssimos felizes .
.
.
. paulo .
.
finíssima, Paulo
porque apenas nessa porcelana
o chá
ganha o seu pleno sabor!
um beijo feliz
manuela
Manu, Mnuela.
Passando para desejar um ótimo fim de semana para ti e Jaime.
Beijo
Renata
Rê, Renata
para ti também!
beijos
Manu, Manuela
Linda postagem tao Doce.
amei conhecer seu blog
bjs
Insana
obrigada insana!
um abraço
manuela
Olá, bom dia!
Fazia um tempo que por aqui não passava.
O blog continua atraente e variado.
Saudações poéticas
Vieira Calado
é sempre tempo!
um abraço
manuela
Enviar um comentário