.
luz doce tranquila e palpitante
na perspectiva difusa de um recanto
casulo de madrugada adormecida
buscando em pássaro o seu próprio canto
. liberta-me disse o pássaro não sei respondeu
se é condição desassombrada de um instante
desenrolando as asas sobre o infinito
ardendo em lume brando brando o espanto
.aprisiona-me apenas o sentido do vento
desobriga-me de mim e deste encanto
reconhecida imprecisão de uma linha
desenhada a ferro fogo e água fria
.transgride-me este feixe que alumia
na visibilidade de um ser ave e já não ser
cativa-me para que cativado voe
na entrega solitária de um querer
.liberta-me! disse o pássaro
não sei - respondeu
na perspectiva difusa de um recanto
casulo de madrugada adormecida
buscando em pássaro o seu próprio canto
. liberta-me disse o pássaro não sei respondeu
se é condição desassombrada de um instante
desenrolando as asas sobre o infinito
ardendo em lume brando brando o espanto
.aprisiona-me apenas o sentido do vento
desobriga-me de mim e deste encanto
reconhecida imprecisão de uma linha
desenhada a ferro fogo e água fria
.transgride-me este feixe que alumia
na visibilidade de um ser ave e já não ser
cativa-me para que cativado voe
na entrega solitária de um querer
.liberta-me! disse o pássaro
não sei - respondeu
-
pássaros tristes
-
apenas fugimos do ruído dos dias
se libertarmos um pássaro
-
Manuela Baptista
16 de Abril, sexta feira à noite
-
(fotos pessoais dos pássaros de fogo)
45 comentários:
LIBERTA-ME
Liberta-me
disse o pássaro
de fugida
que a minha liberdade
é tua
ermida
Liberta-me
de seguida
tem a vida
escondida
no que segue
sem ser fingida
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 16 de Abril de 2010
Vim até aqui impulsado pelo comentário feito às minhas rosas, mas tenho que reconhecer que fiquei admirado ao abrir o teu blog y deparar com o fragmento dum quadro do pintor impressionista que mais admiro, aquele que pintou, melhor que ninguém, as cores do mediterrâneo e a sua luz, Dom Joaquín Sorolla y Bastida.
O verso cativou-me, tem cadencia.
Bom, depois do prólogo, que espero que não te ocasione nenhum anticorpo, digo-te que me facilites o teu correio e faço-te chegar essas rosas com todos os pixeles do original.
Reconhecido e agradecido
Manuela,
Encantada com as fotografias e o poema.
"Cativa-me para que cativado voe
na entrega solitária de um querer"
E assim podemos realmente fugir do ruído dos dias...querendo...querendo muito...
Também gostei de ver por aqui o meu amigo Duarte, já meio Espanhol,:) mas muito agarrado ao seu Torrão Natal, aqui bem perto do Aeroporto desta cidade que deu nome a Portugal.
O Duarte é um amante do Porto, tem mesmo no seu blog "Amigos de Portugal" imensas reportagens desta cidade com fotografias lindas e as rosas, algumas delas, foram fotografadas no Palácio de Cristal, ainda este Verão.
Feitas as apresentações, vou como um pássaro liberto querendo chegar bem longe...
Beijinhos.
Branca
cativa-me para que cativado voe
na entrega solitária de um querer
Bons voos
Olá amiga!
Muito belo este poema, todo ele bordado de asas e rematado de luz...
Mas não posso esquecer a frase:
"apenas fugimos dos ruídos dos dias se libertarmos um pássaro"
Mas... por vezes o ruído grotesco de alguns dias é de tal forma severo que se cola às asas... e o pássaro não voa, ainda que motivado seja para o fazer...
Um sorriso e um abraço de penas
pode muito bem funcionar como antídoto do "ruído dos dias"
Um excelente fim de semana!
Beijinhos
Walter
"..deparar com o fragmento dum quadro do pintor impressionista que mais admiro, aquele que pintou, melhor que ninguém, as cores do mediterrâneo e a sua luz, Dom Joaquín Sorolla y Bastida"
Ora aqui está..., para além de concordar com o que escreve o Seu Amigo Duarte, por também me "prender" nesse quadro e a propósito do conhecimento implícito: Dom Joaquín Sorolla y Bastida...perfeito!
A vida é engraçada não acha Manuela?! (Olá!)
A propósito do Seu poema "liberta-me disse o pássaro.."
e eu escrevo-Lhe:
VOA. E leva-me contigo...
porque é sexta-feira, amanhecer
e eu quero tanto voar...
Muito bonito.
Um abracinho de bom fim de semana
Jaime
muito bonito!
libera me
Manuela
Olá Manuela,
Dá-me licença?
Ao voltar detive-me no comentário do Walter e que é tão verdade!
"apenas fugimos dos ruídos dos dias se libertarmos um pássaro"
Também eu me fixei nesta frase, que achei muito bela,talvez a mais linda conclusão que vi por aqui, mas acabei por me perder noutra.
Sou teimosamente contrariadora destas grandes verdades de que falou o nosso amigo Walter, verdades que pesam cada vez mais nos homens e nas mulheres nos dias de hoje, reconheço-as, sinto-as na pele, mas tento afugentá-las.
Repisando no entanto na conclusão da Manuela, tão bonita, é sempre possível fugir dos ruídos dos dias e tantos que tenho tido por estes últimos tempos, ruídos ensurdecedores, mas sou tão teimosa, tão, tão teimosa que nem com super-cola 3 alguém é capaz de me colar as asas, apenas pouso temporáriamente na reserva ornitológica que me é destinada, depenico e abasteço-me de forças e saio num voo rasante, abrindo as asas do espírito, na subida, a toda a velocidade.
Por isso, venho buscar o Walter com um sorriso e um abraço de penas, para um voo desses, porque sei que ele, como Fernão Capelo Gaivota, é um pássaro de liberdade e de voos arrojados.
E aprendemos todos tanto com as aves da Manuela, as suas metafóricas mensagens e os voos do nosso Walter, pese embora "o ruído grotesco de alguns dias"!
Beijinhos para os dois.
Branca
Duarte
e o impressionismo de Joaquín Sorolla y Bastida é o mesmo que transporto comigo desde o tempo da infância
assim como estes meninos, fragmentos de tantos meninos,nas brincadeiras na praia, com o mar que continua sempre aqui ao pé de mim e ele pinta tão bem
que eu continuo a sentir o cheiro a maresia e a ouvir o marulhar das ondas e os risos e os gritos de alegria!
É muito bom este seu pintor!
Agradeço a simpática oferta das suas rosas!
o meu mail está no meu perfil e pode usá-lo quando quiser e fazer viajar os pixeles...
Obrigada pela visita
um abraço
Manuela
Branca
...e quantos amigos, não temos nós graças a si?!
eu também gosto muito do Porto, carago!
embora já tenha saído daqui há que tempos e já seja tarde na noite
espero que o seu voo tenha corrido bem, sem choques com passarões desnorteados...
beijinhos
Manuela
Filomena
para variar da gataria
um voo bem alto, veio mesmo a calhar, não foi?
beijos
Manuela
Walter
se eu fosse bordadeira
era esse o bordado que hoje lhe dava
de asas e rematado de luz...
para apagar os ruídos que se colam às asas dos mais belos pássaros!
bom fim de semana meu amigo!
um beijo
Manuela
Dulce
eu já tinha saudades suas!
e pela mão do Duarte levanta-se o mistério sobre o quadro dos meninos a chapinhar na água e este belo pintor de tantos meninos e do mar...
Agora
o próximo voo é exactamente às 23h 35m! Requere-se apenas umas asas soltas e um coração mais leve do que o ar!
vamos embora!
beijos
Manuela
Branquinha
agora é que a vi, aqui no meio de tanta pena!
O Walter tem a sensibilidade de uma ave do paraíso!
e já combinei com a Dulce a hora do próximo voo
único e insubstítuivel!
se aceitarem, passamos por Leiria, rumo ao Norte, mesmo o mais norte que há...
esta semana, o ruído também foi imenso nos meus dias
beijos
e até já
Manuela
Manuela,
Acho óptimo que voem até ao norte e pelo caminho agarrem o pássaro de Leiria, não se esqueçam de trazer o crocodilo às costas, um voo em bando com aterragem numa área protegida da Foz do rio Douro - o Cabedelo, junto à Afurada, zona de pescadores e onde existe uma reserva natural e protegida para as migraçõs das aves, sobretudo raras como é o caso, :))
Cá vos espero, passeando na praia...olhando o mar...pode ser que nesse voo o Duarte esteja por cá e as rosas do Palácio de Cristal também.
Beijinhos
Branca
BRANCAMAR
Então Branca, não ouviu o meu pedido de socorro ...!?
Ai, ai, ai!!!
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Abril de 2010
Branca
a partida foi às 23h 35m, por isso neste momento, já não estamos aqui!
assim, este comentário é uma pura ilusão de óptica...
Tivemos tempo de libertar todas as aves e desreservar a reserva do Cabedelo
quanto ao Croc, não quis vir!
ficou aqui, na banheira cá de casa, como animal de complicação, que é uma espécie rara, parente dos animais de estimação.
Informo-a também que, com tanta passarada o cristal do palácio estalou...
Bom Domingo!
beijinhos
Manela
Olá, amiga!
Que saudades do seu cantinho!
Belíssimo poema, sensível, etéreo...
Boa semana!
Beijinhos.
Itabira - Brasil
Manuela e Jaime,
o pedido de socorro chegou-me tarde, mas já se devem ter apercebido que dei ordem de expulsão ao "crocudilus" aí de casa, trouxe-o a ele e à companheira aqui para o parque biológico de Gaia, que tem toda a espécie de "animalecos" em habitat natural, turismo de habitação, coisa "chique" para um rasteirinho das caraíbas, peluchento e vaidosito, :)), assim passa uns dias de férias num charco de 5 estrelas, para acalmar, enquanto preparo uma banheira só para ele, por exemplo a do meu cão, igual à dos bébés que passaram cá por casa, com muitos patinhos e históras de animais, :), espero que depois ele não se transforme em gato e não se assanhem um com o outro.
Manuela,ontem fiquei sem perceber aquela partida às 23h35m e eu que tanto queria ir, distraí-me nas horas, mas acompanhei depois os vossos voos através das novas tecnologias, já está tudo na internet, em vídeos, por tudo quanto é sítio,(já não se pode ter privacidade), :)))
Beijinhos
Branca
.
. grandíloca a estrofe que em verso des.rima o voo ainda por acrescentar ... .
.
. a diversidade é sempre assim, a colorir as asas do mundo, que das penas é reflexo de sermos também efémeros a.penas .
.
. das dezenas aos milhares de centenas .
.
. enquanto esperamos,,, deixo.lhe hoje,,, por ser Domingo: .
. um beijo total .
. um xi.coração total .
. um abraço total .
. um aperto de mão também total .
. isento de anéis .
. e um sorriso total . rasgado .
. sem "Corega" . :))) ,,, .
. sempre terno e e.terno .
.
. sempre e para sempre .
.
. paulo .
.
Inês!
tanta volta que a net dá...às vezes demoro tempo a chegar ao seu cantinho!
obrigada por ter vindo aqui!
beijinhos
Manuela
Branca
não se pode ter privacidade, sobretudo se formos crocodilos...então agora agarrou nos pobres e foi pô-los onde? e na banheira dos bébés?
e quem pediu socorro foi o Jaime! eu andava por aqui a libertar pássaros...
estou inocente!
bjs
Manuela
Paulo
assim vale a pena ser domingo!
eu sempre achei os domingos uns dias chatinhos, colados à segunda...gosto dos sábados
como os cágados...
mas com tanta totalidade até me passei e não me saltaram os anéis
porque não os tenho, só a aliança, fininha...que o meu dedo é magrinho...
e agora, como é que eu vou retribuir isto tudo?
dizendo-lhe a.penas
com as penas que inventei
que para si
há sempre e para sempre lugar em cada voo!
(e caso não haja cola-se com Corega)
um beijo total
Manuela
BRANCAMAR
Amiga Branca,
Obrigado por ter vindo em meu socorro ... escusava era de ter trazido uma cocodila Consigo ...
Ah, já percebi:
Foi para servir de engodo ao jacaré na viagem para Gaia!
Beijinhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 18 de Abril de 2010
Que bom quando podemos voar, quando nos permitimos a esse voo, quando nos libertamos e deixamos que o outro se liberte também, assim tanto de nós pode voar bem alto sentindo o vento até ao infinito que esse voo nos leva...
Muito bonito, profundo, pleno de sensibilidade.
Abraço de Luz
Manuela,
Verdadeiramente delicioso este seu poema.
“apenas fugimos do ruído dos dias se libertarmos um pássaro”
o pássaro que deseja a liberdade e que muitas vezes mantemos preso sem ouvir a sua voz..... deixá-lo voar é voar com ele, bem alto e sentir que em liberdade se pode encontrar um doce canto.
beijinhos
Cara Manela,
Sinto-me, imperiosamente obrigado a vir aqui não por este último trabalho mas por todos - desde há algum tempo - que de forma fugaz, tenho andado a espreitar, (só com um olho!)
Citarei o Duque de Wellington, (também barão do Douro) dizendo: "Keep going, keep going my dear!
We do not need quantity, but quality!"
Beijoca amiga
Luz
obrigada pelas bonitas palavras!
um abraço
Manuela
Canduxa
doce e suave canto
o da liberdade!
beijinhos
Manuela
José Ferreira
é um prazer vê-lo por aqui, mesmo que seja com um olho aberto e outro fechado!
agradecendo as suas espreitadelas e as palavras do barão do Douro, região de que eu gosto tanto...
um abraço
Manuela
" Cativa-me para que cativado voe"...quanto mais cativado no amor mais livre se é...e o ruído dos dias, principalmente de uma sexta feira...á noite, é terrível... e é preciso libertar o pássaro para que termine o seu desespero e a serenidade chegue com a madrugada.
Gostei deste teu poema!
Beijo amigo e uma semana feliz
Graçaquelimane
Graça
e terça-feira já dia
com preguiça de sair de sexta-feira à noite...
vou por aí aproveitar o sol e ver se os pássaros já voltaram para casa
beijos
Manuela
Olá Manuela,
Cansada, desmotivada, este blogue tem andado ao sabor das correntes...
Muito atrasada em visitas...
O teu poema é perfeito...
Particularmente nunca gostei de pássaros engaiolados, delicio-me ao acordar e de ouvi-los cantar na varanda do meu quarto! Isto em plena cidade, mas tendo o Parque da Cidade relativamente perto.
Muitos beijinhos,
M.
Manuela, lindo , casamento perfeito poesia e fotografia,
Beijos
Marisa
este blogue, não! esse :))
ao sabor das correntes é bom vê-la por aqui
beijinhos
Manuela
Cris Tarcia
obrigada!
um beijinho
Manuela
.
. e,,, hoje deixo mais um beijo .
.
. a saber de Si .
.
. total .
.
. paulo .
.
Paulito
vai uma valsa?
um beijo
Manuela
Olá querida
Todos estamos aprisionados num sentimento.
Libertando o passaro a felicidade se manifesta, e então a alegria é total, com coragem vamos conseguir.
Com muito carinho BJS.
Desculpe Manuela, evidentemente que não é o seu blogue, é o meu!...
Bjs,
Marisa
Rufina
é isso mesmo!
existe maior alegria de viver
do que soltar o pássaro que há em nós?
beijos
Manuela
Marisa
:))
beijinhos
Manuela
Manuela,
demoro, demoro,ando devagar porque já tive pressa...
Agora, chego aqui e vejo que os pássaros não podem ficar presos!Devem cantar livres,mágicos,belos!
Eita, que sou pequenina e tenho passos curtos!
Mas chego,amiga.Podes acreditar...
Um monte de beijoquinhas ao Tertulianos,
com carinho
Linda Simões
Linda!
passos curtos...mas tão longos!
que chegaram aqui, junto de mim e me deixaram feliz!
Ó Linda, mas pode passar à frente e apanhar-me sempre lá mais para cima...
beijinhos
Manuela
velas e pássaros combinam na sua tranquilidade...gostei de ler este escrito de pendor filosófico, no desejo de libertação, na ansia de infinito.
bj
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