Fale-lhes das andorinhas, Manuela, dos ossos das andorinhas, essa coisa leve do bate bate, muito levezinhas, só os ossos das andorinhas batem assim, e alevantam voo da joaninha, avoa, avoa, que os teus ossos vão para Lisboa, já o Darwin estudava a diferença entre as andorinhas do Estoril e as de Lisboa, as do Estoril vão passear os ossos para o paredão, as de Lisboa são assaltadas onde calha, levam-lhes tudo, menos as falanginhas, mas nós precisamos de alguma coisa mais para além dos ossos, Manuela, como diz o Papa Francisquinho, devemos ser poupadinhas, se pouparmos na carne, haverá ossos para todos, se pouparmos nos ossos, nem os cães terão que roer, chega a primavera e invade-me o externo esta poesia toda que estou a despejar aqui, sou uma Flor espam cadela, que adorava voar como as andorinhas, mas tenho os ossos pesados, o máximo que consigo, quando começa a bater as asas, é ver as meninas de set'an, que vão chupar gelados no Tamariz, a apontar os dedos para mim, ó, mãe, ó, mãe, o que é aquela coisa a dar às asas, que vergonha, pareço a passarola do Bartolomeu de Gusmão, pesam-me as tíbias tanto, voar?..., tá quieto, ó, meu, isso é para as andorinhas, qualquer dia, põem-me um rótulo, e enfiam-me na Casa das Histórias, da outra tarada, que vive em Inglaterra e só cá vem para ver as dores da minha amargurada de pterodáctilo, com os tomatinhos de chumbo, vida amarga, de quem nasceu ossuário e nada tem de andorinha...
Chegaram, e eu que o diga, vieram pela calada da Noite, costas negras e olhos brilhantes, eles comem tudo, eles comem tudo, e não poupam nem a entrevada, pensava eu que com a estação da Reboleira ia acabar a rebaldaria, e os tráfegos iam passar mais ao lado, qual quê, quanto mais depressa chegam aqui mais pensam que eu sou o apeadeiro da Damaia, que pena que eu tenho do meu corpo, usam-me como uma linha de sentido único, para vir, vêm todos, mas para largarem a presa, só à mangueirada, pudessem vocês saber quanto sofro nesta causa, chega a manhã e estou esborrachada nos canteiros, há quem me chame andorinha, mas já me chamaram de tudo, sobretudo, quando estão com os amigos e empolgados. Adorei os passarinhos, obrigado
É verdade, chegaram! :) Há dias cheguei a casa e fui surpreendida por uma à minha espera! Ela disse-me para voar e é o que vou fazer, aproveitando a primavera e o sol que começa a aquecer! ;)
15 comentários:
As andorinhas não poisam no chão
as "minhas"
Bj
MANUELA BAPTISTA
para quem tem os pés no chão, a cabeça no ar e uma vontade indomável de voar
Maravilhosos desenhos
Jaime Latino Ferreira
Estoril, 9 de Abril de 2016
Se e quando
olho para o chão
do alto
de onde olho
vejo
um melro de bico amarelo
e uma andorinha
a sobrevoar-lhe por cima
Ah, esta sou eu!!!
Vivo a voar, mas com uma pontinha do pé no chão, o que me causa alguns devaneios de vez em quando, rs...
Beijinhos Manuela!
Bia <°(((<
Boa tarde, manuela.
Adoro tanto quando as vejo chegar.
bj amg
Quando as andorinhas puderem inventar a primavera...
As tuas andorinhas são as mais bonitas que já vi...
Um beijo.
As primeiras que vejo e sem ter a cabeça no ar!
Mas a outra passarada, anda louca e madrugadora.
Um abraço para si, Manuela.
Bjs
Fale-lhes das andorinhas, Manuela,
dos ossos das andorinhas, essa coisa leve do bate bate,
muito levezinhas,
só os ossos das andorinhas batem assim,
e alevantam voo da joaninha,
avoa, avoa,
que os teus ossos vão para Lisboa,
já o Darwin estudava a diferença entre as andorinhas do Estoril e as de Lisboa, as do Estoril vão passear os ossos para o paredão, as de Lisboa são assaltadas onde calha, levam-lhes tudo, menos as falanginhas,
mas nós precisamos de alguma coisa mais para além dos ossos, Manuela,
como diz o Papa Francisquinho, devemos ser poupadinhas, se pouparmos na carne, haverá ossos para todos, se pouparmos nos ossos, nem os cães terão que roer,
chega a primavera e invade-me o externo esta poesia toda que estou a despejar aqui,
sou uma Flor
espam
cadela,
que adorava voar como as andorinhas, mas tenho os ossos pesados, o máximo que consigo, quando começa a bater as asas, é ver as meninas de set'an,
que vão chupar gelados no Tamariz, a apontar os dedos para mim, ó, mãe, ó, mãe, o que é aquela coisa a dar às asas, que vergonha, pareço a passarola do Bartolomeu de Gusmão, pesam-me as tíbias tanto,
voar?...,
tá quieto, ó, meu,
isso é para as andorinhas, qualquer dia, põem-me um rótulo, e enfiam-me na Casa das Histórias, da outra tarada, que vive em Inglaterra e só cá vem para ver as dores da minha amargurada de pterodáctilo, com os tomatinhos de chumbo,
vida amarga,
de quem nasceu ossuário e nada tem de andorinha...
Chegaram, e eu que o diga,
vieram pela calada da Noite,
costas negras e olhos brilhantes,
eles comem tudo, eles comem tudo,
e não poupam
nem a entrevada,
pensava eu que com a estação da Reboleira ia acabar a rebaldaria, e os tráfegos iam passar mais ao lado, qual quê, quanto mais depressa chegam aqui mais pensam que eu sou o apeadeiro da Damaia,
que pena que eu tenho do meu corpo,
usam-me como uma linha de sentido único, para vir, vêm todos, mas para largarem a presa, só à mangueirada, pudessem vocês saber quanto sofro nesta causa, chega a manhã e estou esborrachada nos canteiros, há quem me chame andorinha, mas já me chamaram de tudo, sobretudo, quando estão com os amigos e empolgados.
Adorei os passarinhos, obrigado
É como se reinasse uma paz mágica!
Bjs
.
.
. agora entendo o porquê da nelita não gostar de pombas . :))) .
.
. eu gosto muito da pomba gira . e das pombinhas da catrina .
.
. bom.fim.de.semana .
.
. íssimo feliz .
.
.
É verdade, chegaram! :) Há dias cheguei a casa e fui surpreendida por uma à minha espera! Ela disse-me para voar e é o que vou fazer, aproveitando a primavera e o sol que começa a aquecer! ;)
Um abraço, Manuela!
~~~
Lindas, estas andorinhas
que chegaram como arautas do bom tempo
que teima em não manifestar-se...
~ ~ ~ Beijinho, Manuela. ~ ~ ~
Negras são e têm relações difíceis com os senhorios. O trunfo delas é virem anunciar a primavera em voos rasantes pelas calçadas.
Bons voos, Manuela.
E já tardavam...
Belíssimas pinturas.
Bom fim de semana, Manuela.
Um beijo.
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